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Onde dói?

  • Foto do escritor: Tabata Pitol
    Tabata Pitol
  • 11 de jul. de 2017
  • 3 min de leitura

Tirar quem amamos do coração e dos pensamentos não é fácil. Mas tirar do dia a dia e das coisas burocráticas também não é.

Parece besta o sentimento: já não moramos juntos há 4 meses. Há dois nem nos falamos. E não nos vemos. Nem nas redes sociais. Ok, confesso: às vezes, naqueles 5 minutos antes do sono chegar, dou uma espiadinha em uma foto ou trago para a memória um momento bom que passamos juntos. Mas na prática, no dia a dia, ele já não faz mais parte de mim, nem da minha vida. Então porque a simples assinatura de papéis me causa tanta dor?

Ainda não assinamos o fim da união estável, mas a longa "sessão de autógrafos” a que teremos que nos submeter, com a decisão de que cada um seguirá seu caminho, já começou.

Trabalho como pessoa jurídica, o que significa que há algum tempo tenho uma empresa. Quando eu a abri, por lei, tinha que ter um sócio. É apenas o cumprimento de uma obrigatoriedade. Então lá estava ele. Respondendo por 1% da minha empresa e emprestando o nome dele para a companhia (talvez por não ter incluído o sobrenome dele ao meu nome, sempre que possível eu gostava de usá-lo).

Hoje meu contador me disse que ele assinou os papéis para sair da empresa. Assim, sem contato algum comigo. Sinceramente, se em dezembro do ano passado alguém me dissesse que no meio desse ano eu nem falaria mais com aquele que foi o amor da minha vida por 13 anos, meu melhor amigo, a pessoa mais importante da minha existência, eu apostaria um braço e uma perna com essa pessoa sobre como ela estava errada. Pois é, vivendo e aprendendo!

Fato é que o que eu quero discutir aqui é sobre o que dói. O que de fato dói em mim?

Se ele já não está comigo há 4 meses, porque dói ele não estar mais na empresa, que é algo meramente burocrático? O que deveria doer é a ausência, o não pertencimento, o abandono de tudo que sonhamos. E sim, tudo isso dói (já doeu bem mais, confesso). Mas também percebo que em alguns momentos eu me entrego a dor. Fico martelando na minha cabeça: que triste ele saiu da empresa, que triste ele saiu da empresa, que triste ele saiu da empresa. Só que, de fato, é triste ele ter saído da empresa ?

Eu mesma respondo: não, não é! Então para que ativar gatilhos de dor em mim mesma?

Tenho lido muito sobre resiliência. A palavrinha que no dicionário é definida como a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças, é um santo remédio nesses momentos. Porque sim, temos a capacidade de mudar a chavinha do pensamento para sofrermos menos. E devemos sim aprender a fazer isso.

O sofrimento cansa, esgota, paralisa. E é exatamente por isso que coloquei na minha cabeça que vou sofrer sim, sempre que precisar, mas vou também aprender quando é preciso.

Sabe quando o médico nos pergunta: onde dói? É a esse exercício de reconhecimento e autoconhecimento que tenho me submetido toda vez que a tristeza ameaça chegar.

Não preciso sofrer porque ele saiu da empresa. Não preciso sofrer porque o nosso bulldog (que não é mais ‘nosso’) ficou doente e terei que resolver sozinha. Não é isso que dói. Não mesmo. E tenho que admitir: desde que tudo aconteceu na minha vida - e não faz tanto tempo isso - a dor está bem menor. Às vezes até esqueço que dói ;)

E em você? O que realmente dói?


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