Enfim, sexta-feira?

Sempre esperei ansiosamente pelos finais de semana.

Ahhh que delícia, a sexta-feira chegou e junto com ela aquela sensação de que hoje eu posso sair para jantar sem hora para voltar, ir para a cama mais tarde que o habitual ou mesmo ficar em casa assistindo a um filme sem pressa para acabar. Somente pelo fato de estar com meu amor e nosso filho (nosso cachorro lindo de 7 anos) em nossa casinha já me basta.

Como é bom poder acordar sem o som do despertador, não ter o compromisso de sair correndo de casa e pegar o metrô lotado para chegar ao trabalho para, logo de cara, entrar em uma reunião daquelas.

Melhor ainda é acordar com o som dele escovando os dentes e tomando seu banho matinal enquanto eu espero, quentinha e confortável no meu cantinho da cama, que ele venha me dar um beijo de bom dia ...e aí sim meu dia começa (me dá licença, pausa para o choro - que saudade disso tudo!).

Raramente tive vontade que o final de semana acabasse, na verdade eu sempre pensava como é que foram tão tolos a ponto de criarem a semana com cinco dias e o final de semana com somente dois. Muitas vezes me pegava matutando como poderia alterar essa ordem, sei lá, redigir um projeto de lei talvez rs.

Eu era daquelas que ficava angustiada ao escutar a vinheta do programa Fantástico, anunciando apocalipticamente (sim, eu sou dramática e vocês já perceberam né? rs) o final do domingo. Eu era! Hoje nem isso mais consigo assistir pois tudo me lembra ele.

Amadas, há 2 meses eu tento me desapegar de uma relação de quase 10 anos.

Vocês conseguem imaginar o que eram os meus finais de semana? Sim, eu sempre tinha planos por menos planos que tivesse. Nossa semana era tão cheia de compromissos e mal nos víamos ou nos falávamos. Mas o final de semana, ah o final de semana era como a pausa perfeita. A rotina de ter alguém para poder compartilhar os momentos ou as coisas por mais simples que fossem como uma xícara de café ou meia dúzia de pães de queijo mal assados por dentro e torrados por fora em meu forno temperamental era o que me mantinha feliz.

Como era bom ter alguém para ligar e perguntar se ia demorar a voltar para casa ou se eu poderia sair e resolver as minhas coisas. Era bom pensar que eu podia contar com alguém para me levar realizar algum exame de saúde em pleno sábado de manhã. Era muito bom simplesmente saber que eu tinha alguém ali e que eu estava ali para alguém também.

Atualmente os meus finais de semana são um tanto quanto tristes, vazios e a sensação de solidão dilacera minha alma tão profundamente que mal tenho vontade de sair da cama, por mais que eu acorde mais cedo do que em dias de semana para trabalhar. A vontade é de ficar ali e não ver o mundo, dá vontade de me esconder do tempo.

Tudo piora quando você percebe que através das suas janelas, por mais que estejam bem lacradas pelas cortinas, lá fora ainda há vida, há sol, há um dia lindo e você sem ânimo para aproveitá-lo após uma semana inteira de trabalho árduo. Piora ainda mais, quando o sol se põe e a noite chega e você pensa: menos um dia!

A falta dele e da nossa rotina fizeram com que os finais de semana ficassem vazios e sem emoções, sequer sem ações. Os finais de semana parecem que duram mais do que deveriam e antes o que era algo tã esperado, agora é bem indesejado.

Estranhamente hoje eu percebo que tudo está como deveria e aquela minha ideia maluca de transformar os finais de semana em 5 dias seriam torturantes nessa minha atual situação.

Passei a amar as segundas-feiras assim como amava muito as sextas-feiras. Ambos os dias soam como recomeços e olhando de forma otimista, recomeços sempre trazem algo de bom.

Passei a estabelecer novos objetivos para aproveitar melhor o meu tempo e a me dedicar a estudos e a projetos que jamais me dedicaria se não saísse da minha antiga e confortável rotina.

Para refletir: O seu final de semana é cheio de rotina? E se ele fosse tirado de você, do nada e sem prévio aviso, como você reagiria?