Idas e vindas do amor
- Rita Santander
- 31 de jul. de 2017
- 3 min de leitura

Já contei que adoro paquera online? Não? Então conto agora: A-DO-RO. Acho divertido conhecer gente e chamar de maluco aquele cujas atitudes eu considero extrapoladas ou esquisitas.
Uma vez conversei com um rapaz que estava no app procurando uma "dona". É. Assim mesmo: "Quero uma namorada para mandar em mim". E não tinha nada a ver com o cunho sexual, de dominado, dominadora. Era só um pau mandado maluco o qual eu tirei da lista, obviamente, porque vim ao mundo para somar, não para diminuir ninguém.
Estranhezas à parte, uma vez eu conheci o Bento. Tinha a minha idade, objetivos e gostos parecidos, um bom papo e por isso tudo resolvemos sair. Foi um jantar agradável, mas, ao final, percebi que não sentia atração por ele. E por essa razão a gente não se encontrou mais.
Até aí, tudo dentro do padrão até eu saber que, semanas mais tarde, ele voltou a morar com a ex-esposa com quem tinha dois filhos.
Mais duas vezes eu presenciei histórias parecidas: homens que se diziam "completamente livres", e que a ex era passado, mas voltaram para seus lares pouco tempo após terem me contado suas histórias de separação.
Quando eu me separei, quando estava pronta para sair com outras pessoas e dar a mim mesmo a alcunha de "divorciada", eu estava em uma situação em que só poderia olhar para frente e não mais para o passado. É claro que qualquer pessoa pode mudar de ideia e o mundo dá voltas. Mas girar, girar e acabar no mesmo lugar tão pouco tempo depois de chamar a pessoa de PASSADO é bastante esquisito para mim.
Não sei se essas pessoas agiram com falta de sinceridade ao falarem do seu passado amoroso ou vivenciavam um momento de confusão. A certeza é que EU acho difícil acreditar na segunda opção! E muitas vezes não é uma mentira e sim, a falta de verdade consigo mesmo, com o que viveu, com as pessoas ao seu redor.
Em nenhum dos casos eu me envolvi com as pessoas em questão. Eu os conheci e passaram pela minha vida. Mas se eu tivesse, de fato, engatado um relacionamento, eu teria que lidar com um término e toda a rejeição que vem com isso, porque os rapazes estavam dispostos a voltar para seus lares, antes desfeitos; e não seguir em um novo namoro.
Seria ótimo ter uma resposta ou uma convicção sobre esse padrão de envolvimento, mas a verdade é que não consigo entender o motivo das idas e vindas e envolver outras pessoas nas suas confusões. Não faz sentido para mim voltar ao passado, depois de rodar por aí em busca do novo. Faz menos sentido ainda, deixar alguém no passado, dizer que seguiu o baile e aí, voltar àquilo que não deu certo.
Li certa vez um artigo de um especialista em relacionamentos que listava "10 razões pelas quais não vale a pena voltar com o ex", e entre elas estava: "porque não deu certo da primeira vez".
Então, eu questiono aqui: as pessoas mudam, mas será que elas mudam mesmo ao ponto de deixar de lado aquilo que incomodava o outro quando a relação foi rompida? E a resposta que dou a mim mesma é: não sei!
Logo eu, que sou metida a sabichona e quero respostas para tudo, não consigo defender ou não as voltas para casa após o término. Talvez por eu só ter vivido um dos lados dessa situação. Aquela de ida sem volta e sem arrependimento nisso.
Talvez esteja aí a resposta. No arrependimento, nos filhos, na falta de opção, tédio ou nas particularidades de cada um, as quais são impossíveis de numerar, por isso não cabe a mim ou a nenhum de nós julgar. Mas penso com pesar nos casais que passaram pela dor do rompimento e depois a alegria da volta, e que talvez vivam a insegurança de, na primeira desavença, alguém desistir novamente disso tudo. Ou ainda, das esperas eternas pela volta do outro. Até que um dia, finalmente ele volta. E eu só posso admirar a paciência daqueles que esperam! Que dão aquela paradinha na vida, esperando uma decisão do outro.
Se alguém diz que vai embora, e dias depois volta, eu só posso entender que esqueceu alguma coisa e veio buscar. Porque, não sei se sou capaz de deixar a mesma pessoa me bagunçar novamente.
Com tudo isso, não consegui trazer uma lição ou tirar algo positivo desses homens que passaram pela minha vida e que não são os únicos com essa atitude, mas tenho certeza que coloco nessas linhas a reflexão do que raios a gente tá fazendo com as nossas vidas, e como isso impacta diretamente na vida do outro. Indo, vindo ou ficando... sempre tem alguém que completa, rebate ou recebe nossa ação! Pense nisso!

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