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Ficam os dedos, vão-se os aneis

  • Foto do escritor: Tabata Pitol
    Tabata Pitol
  • 2 de ago. de 2017
  • 2 min de leitura

Quando a gente casou, a aliança não era tradicional. Era de aço e foi trocada na nossa cama, antes de irmos para a festa. Quando completamos 2 anos, se não me engano, trocamos pelas tradicionais alianças de ouro.

No Natal, o último que passamos juntos, ele me deu uma aliança cheia de corações e brilhantes. Me chamou novamente na cama, disse que ali era o nosso lugar especial e que com aquele anel ele queria me pedir em casamento por mais 10 anos. Fiz a piada de que ia pensar no pedido... mal sabia eu que no mundo paralelo em que ele estava vivendo a realidade era bem outra.

Quando viajamos para a Europa, em março, em teoria a viagem em que comemoraríamos 10 anos de casados, ele pediu para tirarmos as alianças. Me disse: quero deixar elas em cima da nossa cama, quase uma renovação dos votos. Viajamos então sem aquele circulo dourado do qual nunca fiz questão, mas que simbolizava nossa união - e não saia do meu dedo há vários anos.

Quando voltamos a aliança já não voltou para o nossos dedos. Ele disse que precisava sair de casa para resolver algumas coisas que estavam acontecendo com ele. Uma mistura de tristeza e a sensação de estar perdido na vida. Eu, compreensiva, generosa e amando ele mais que tudo, sempre dei o que ele pedia. Se era espaço e tempo que ele precisava, era isso que teria.

Semanas depois descobri a razão da tristeza e da sensação dele de estar perdido. Automaticamente, tanto a tristeza, quanto a sensação de estar perdida, se transferiram para mim.

Faltava apenas uma semana para o meu aniversário quando percebi que a mania de mexer constantemente na aliança com o dedão estava me enlouquecendo. A não presença dela ali era uma lembrança constante demais de que ele não estava mais aqui.

Corri em um joalheria com a minha mãe e compramos lindos anéis novos que passei a usar no meu anelar da mão esquerda.

Semana passada, conversando com a Fabiana, disse que precisava mudar os anéis de mão. Aqueles anéis foram uma maneira que encontrei de esconder do mundo meu novo estado civil. Prateados com um brilhante em cima, facilmente se passavam por um anel de noivado, ou um desses anéis que o marido dá no aniversário.

Aqueles anéis eram uma maneira que encontrei de esconder de mim mesma meu novo estado civil.

Aos poucos fui mudando eles de mão. Em alguns dias usava na esquerda, em outros na direita. Não foi fácil. Achei que me apertavam na outra mão, que não ficam tão bem e que quando eles estavam ali eu os enroscava em tudo.

Há uma semana estou usando-os fielmente na mão direita. Como nunca fui noiva, nem usei anel de compromisso, a sensação é uma novidade.

Mas o mais importante é que quando eu consegui assumir para mim que, mais do que uma mulher separada, agora sou também uma mulher solteira, uma série de portas se abriu para mim. Eu me abri para novos projetos, novos encontros e novas pessoas. E posso confessar? Foi uma delícia.

E você? Onde está sua aliança?

Eu confesso, a minha está esperando a semana do ouro na Vivara para virar um buda bem lindo na minha pulseira, hahahahhaha

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