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Decido eu ou decidimos nós?

  • Rita Santander
  • 4 de ago. de 2017
  • 3 min de leitura

A palavra "quase" é algo bastante arrasador, né? Quase é algo que poderia ser, mas não foi. No meu caso, a história desse quase não foi frustrante, mas me colocou, por um tempo, no papel de "quase noiva".

É estranho pensar que você é quase alguma coisa de alguém. Ou você é ou não é! Mas aconteceu comigo e eu quase fiquei noiva. Não porque eu aceitei e mudei de ideia, mas sim porque alguém tentou me impor a condição de noiva.

Eu namorava um rapaz e aquele relacionamento já estava meio capenga. Eu era nova e um tantinho ambiciosa, ele estagnado. Mas de fato não tem muita explicação. Não estava mais a fim daquilo. Ponto.

Foi no meio do meu processo de decisão que aconteceu uma coisa chamada Natal. Namorado, presente. "Ok, vamos lá. Escolher um presente para o namorado" eu pensei, sem muito entusiasmo. De fato eu não me lembro qual foi a minha escolha, mas a dele era redonda, dourada, cabia no anelar e vinha em par. Foi nesse Natal que eu ganhei uma aliança de noivado com o pretexto de "ser um elo ainda maior entre a gente".

Sabe aquela cara de olho esbugalhado nos emoticons do Whatsapp?

Então. Foi a minha naquela hora. "Ahê! Feliz Natal. Toma aqui essa aliança de noivado para assumirmos um compromisso que nem sei se você quer!"

Demorei alguns segundos para tirar a expressão de susto do rosto e outros alguns dias para devolver a aliança, e o meu pretexto agora era: "não quero ser a noiva de ninguém nesse momento". De fato não queria, mas não queria, especialmente, ser a noiva dele, que sequer me consultou da decisão que envolvia o meu dedo também. E "meu dedo" é uma metáfora para compromisso, mas vocês entenderam, né?

E, como se não bastasse me empurrar ao compromisso, o mocinho tomou a decisão junto da mãe, da avó, da irmã. Todas aquelas pessoas que olhavam para o meu dedo e me perguntavam porque eu não usava o gesto lindo do rapaz.

PORQUE EU NÃO QUERO, PORRA!

Não se fica noivo no susto. Não se dá passos à frente e arrasta a outra pessoa que quer ficar parada. Isso é tipo um sequestro!

Compreendo completamente aquelas pessoas que fogem assustadas dos pedidos de casamento enquanto o pseudo príncipe encantado grita em um megafone "Marry me?" enquanto uma orquestra toca a música tema do casal no meio da Times Square. Casamento, noivado ou qualquer coisa que envolva outra pessoa, precisa ser uma decisão à dois.

Não sou contra as mega produções e pedidos lindos de casamento. Mas tenha certeza que a outra pessoa está tão comprometida quanto você e disposta a seguir junto.

Haviam vários motivos para a minha separação naquele momento, mas a certeza de que ele queria ir além foi o que me motivou a terminar. Primeiro por mim, que não sentia mais o suficiente para estar naquele relacionamento e também por ele, que queria a esposa que eu não seria naquele momento (nem em momento algum, a julgar pelas atitudes pouco antes do fim).

Eu posso ter terminado namoros, casamento ou até amizades, mas não carrego o peso de ter terminado um noivado! Porque não aceitei a condição de noiva, a qual, para mim, deveria ter sido proposta e não imposta.

É estranho pensar, mas aquela aliança foi, em vez do elo, o objeto que nos separou para sempre.


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