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Um buraco na alma

  • Rita Santander
  • 27 de set. de 2017
  • 3 min de leitura

There's a Hole In My Soul That's been killing me forever It's a place where a garden never grows

Sempre ouvi Steven Tyler e seu bocão cantando essa canção no final dos anos 90 e nunca prestei muita atenção no significado dela. "Hole in my soul" ou, "Buraco na minha alma", em tradução livre, me veio à cabeça recentemente, quando parei para pensar sobre o período em que estive casada e percebi que o título se encaixa à minha situação atual.

Eu espalho para todo mundo, incluindo aqui nas linhas deste blog, que minhas feridas do divórcio estão todas curadas e não me machucam mais. Thank´s God! Eu posso ir aos lugares que conhecemos juntos, ouvir músicas que trariam lembranças ou assistir filmes que comentamos juntos que não me entristeço. São parte de mim e contam um pedaço da minha história.

Estou bem resolvida com isso? Muito! Mas, recentemente me peguei pensando sobre esse período da minha vida e o quanto ele, hoje, significa uma lacuna enorme com relação aos sentimentos. Sabe aquela sensação de tempo perdido? Então... é isso!

Não sinto raiva, não sinto saudade, rancor, felicidade ou qualquer sentimento ao me lembrar do meu casamento. Não sinto nada. É estranho ter um sentimento tão neutro por um período tão longo da sua existência e por alguém que fez parte dele. Mas é assim que me sinto quando penso em qualquer coisa que lembre meu casamento.

Eu tive conquistas, mudei várias coisas em mim e na minha vida e destas sim, tenho sentimentos para enumerar. Contudo, quando envolvem meu ex marido, é como se eu não estivesse lá.

Eu conheci Florianópolis e me apaixonei pela cidade. Estive lá três vezes, todas elas com meu ex. Na primeira delas, ainda namorados, combinamos que voltaríamos para aquele lugar que, seria nossa morada na velhice e onde tínhamos muitos planos e lembranças. Ao final do meu casamento, os planos já não eram mais nossos, mas agora, são parte do que EU quero para mim: uma lojinha de temporada à beira mar, - talvez um restaurante com comidinhas de boteco, não decidi -, um drink no deck ao entardecer, passeios na orla com vestidos esvoaçantes e dois ou - ousada - três cães peludos como companhia.

Anos atrás eu não apenas me via nessa cena, mas também enxergava ao lado meu ex marido. Hoje, o fato de ter esboçado os primeiros traços desse plano ao lado dele, não fazem diferença, porque eles são os meus planos particulares.

Me pergunto, então, onde raios ele está no meu passado? "Não está!", eu respondo à mim mesma. Ele e toda a chatice ou boas lembranças, compõem uma lacuna no tempo, como se durante os nove anos em que ele esteve ao meu lado, eu tivesse caminhado sozinha.

Hoje, absolutamente nada, eu atribuo ao meu ex. Já tive relacionamentos posteriores e desses tenho lembranças que me causam reações, seja dor ou seja alegrias. Me lembro com carinho da primeira vez que meu último parceiro disse que gostava de mim. Me emociona, até! Foi delicioso sentir a reciprocidade dele. Assim como a tristeza surge quando vem à memória o dia em que ele decidiu ir embora.

São sentimentos, são marcas que ajudaram a formar aquilo que eu sou hoje e não quero que eles sumam. Quero todos os momentos aqui comigo, não essa fenda enorme de indiferença a qual experimento quando penso nos anos em que estive casada ou namorando com meu ex marido.

Por mais que eu me esforce, não consigo puxar na memória as boas sensações do primeiro beijo, das surpresas e daquilo que foi bom - porque todo relacionamento tem algo bom -, nem tampouco as mágoas, ressentimentos ou frustrações durante discussões. Nada. É um buraco profundo e inalcançável, o qual, descobri, deixam um vazio na minha alma. Logo eu que sou toda toda trabalhada nos sentimentos aflorados.

Refletindo sobre o tema, percebi que não me sinto bem com relação à toda essa indiferença. Não quero ter uma lembrança ruim do que passou. Mágoa ou raiva, jamais. Mas gostaria de me recordar com carinho daquilo que foi bom viver. Mas não consigo. There´s a hole in my soul. E acho que será assim pra sempre. Como se naqueles nove anos eu tivesse caminhado ao lado de mim mesma, apenas carregando o peso de um relacionamento falido e sem sentido, que hoje enxergo que nem para criar memórias ele serviu.

Mas, o baile segue e o importante é tirar disso uma lição. Hoje, crio relações fortes e muito mais emotivas, para que elas me tragam lágrimas ou sorrisos no futuro. Não me importo, mas despertem aquilo que eu sou... E eu sou EMOÇÃO... SEMPRE!

Não conhece a música do Aerosmith que eu cito? Então clica aqui:


 
 
 

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