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Sem culpas

  • Fabiana Seres
  • 17 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

Há tempos não tinha desses sonhos, desses que a gente acorda e fica pensando horas a fio o que eles eles estão querendo nos dizer, afinal eles são a manifestação do nosso inconsciente.

Nele parecia que a tempestade havia passado e eu sentia que tudo estava mais calmo e sereno.

Era uma tarde gostosa, numa sala vazia com um piso de madeira clara por onde surgia uma fenda de luz do sol entre as cortinas que adentrava o ambiente e trazia consigo um calor agradável e aconchegante. Me sentia super bem e tranquila, definitivamente eu estava em paz, muito leve.

Eu estava sentada no chão em frente à uma caixa enorme de papelão e pensava muito antes de abri-la, eu não sabia o que poderia descobrir dentro dela e tinha um certo receio que me dava medinho.

Dentro dela havia muitas fotos e elas estavam todas organizadinhas, separadas em divisórias e sacos plásticos e seguiam uma cronologia que fazia um determinado sentido.

Estava tudo intacto e exatamente do jeito que eu gostava, do jeito que eu havia deixado ali durante muito tempo, daquele meu jeito.

Abrir essa caixa pode ter um sentido de voltar a um certo tempo e me causou um certo desconforto em perceber que estava tudo certinho.

Foi quando de repente eu me vejo arrancando todas as fotos de dentro dos sacos plásticos e eu podia perceber uma fúria que brotava dentro de mim acompanhada de uma dose de raiva.

Enquanto eu me livrava daqueles sacos e as divisórias, ao mesmo tempo eu guardava todos as fotos com muito carinho e apreço, o que valia realmente a pena eram as recordações.

Lembro-me nitidamente de que enquanto fazia isso eu repetia "não gosto mais disso e nem do jeito como está, agora quero assim e assim será!" e páh, uma tranquilidade invadia e tomava conta de mim.

Me sentia livre, me sentia eu, me sentia transparente, me sentia bem em poder demonstrar alguém sem máscaras ou amarras, me sentia poderosa e me sentia querida por ser quem eu era, me sentia confiante, podia me sentir aceita por quem eu era.

Enquanto isso percebi que você assistia a tudo isso sentado neste mesmo chão de madeira clara e bem próximo a mim e me aceitava exatamente do jeitinho que eu era.

Que alívio! Eu finalmente havia me livrado de tudo que não me agradava e podia ser eu mesma e mesmo assim podia ser desejada e aceita. E foi bom!!!!

Emocionada e chorando, eu me lembro de dizer no final do meu sonho : Eu não me sinto mais culpada!!

E é isso! Libertação!


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