top of page

POSTS RECENTES: 

SIGA

  • Facebook Clean Grey
  • Twitter Clean Grey
  • Instagram Clean Grey

Controladora descontrolada

  • Rita Santander
  • 27 de dez. de 2017
  • 3 min de leitura

"Rita... você se considera controladora"

"Eu? Não! Sou super tranquila, resiliente até", respondi para a terapeuta já pensando nas pessoas possessivas que querem saber cada passo do outro e isso, definitivamente eu não sou. Mais 30 minutos de sessão, a profissional, fofa e simpática, pergunta novamente: "então você quis controlar o que o outro pensaria e por isso vc se frustrou?" Foi assim que descobri que sou, sim, controladora e fquei com a maior cara de rosquinha porque, de fato, nunca tinha me dado conta disso.

Eu controlo tudo: o que as pessoas pensam de mim, o que vai acontecer, o que os outros vão falar, que horas o ônibus vai passar e o que vou comer no jantar. Tirando a janta, que normalmente depende de mim e da minha ida ao mercado, todas as outras situações me levam à frustração porque, a menos que eu tivesse uma bola de cristal, eu dificilmente teria o controle sobre as o controle sobre aquilo que os outros ou mesmo a vida me retornarão. Neste momento, por exemplo, tem uma moça do meu lado no ônibus falando sem parar sobre as seis crianças que ela está cuidando. A Rita controladora ficou irritada e queria ter o controle sobre a operadora de celular dela para cortar o maldito plano de voz e ela calar a boca. Mas a Rita resiliente, que entende que há coisas que a gente não pode mudar, trocou de lugar e a harmonia voltou. O exercício vale pra tudo na vida. Há coisas que a gente não consegue mudar e por isso, querer que aquilo atenda aos nossos desejos é abrir caminho para a frustração. Semana passada liguei para uma amiga com o diálogo na ponta da língua. Não apenas as minhas falas: o dialogo todo. Achei que, por conhecê-la tão bem, eu saberia os comentários dela e eu teria as respostas certas. Na real ela me disse coisas que não previ e aí, tive que mudar o discurso.

Eu ligo para o crush já esquematizando na cabeça o que ele pode ou não dizer. E, claro, na maior parte das vezes, ele não responde o que eu esperava! Parece coisa de louco (e tem horas que me convenço que é mesmo), mas é só a minha mente querendo controlar como as coisas devem transcorrer para que eu saiba, previamente, como me comportar. Percebi que, muitas vezes, eu imagino o que vão me dizer e já veto o contato antes mesmo que ele aconteça. E, na real, a gente só sabe qual reação a vida vai nos devolver a partir da ação que propomos.

Não se trata de esquecer nosso querer. A gente quer e deseja as coisas, claro. Mas ninguém controla a hora da tempestade ou quando surge o sol. Então, leve um guarda-chuva e protetor solar. Estar preparada é diferente de querer ter o controle.

E para aprender a ser menos controladora, mais leve e deixar que a vida me surpreenda, estou aqui, contando isso, usando esse espaço como parte do meu processo terapêutico, que pode servir pra um monte de gente que, muitas vezes não entende que o que o outro nos devolve é um problema dele, não nosso. Para contribuir e praticar, eu deixo aqui a oração da serenidade, que é um bom exercício para treinar nossos pensamentos à serem resilientes e mais leves. Mesmo que você não tenha fé, vale como um mantra. =) Tenta comigo: "Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que posso, e sabedoria para reconhecer a diferença entre elas.


 
 
 

Comments


PROCURE POR TAGS: 

© 2023 por Armário Confidencial. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Grey YouTube Icon
  • Grey Facebook Icon
  • Grey Instagram Icon
bottom of page