Saindo da minha caverna particular
- Fabiana Seres
- 9 de fev. de 2018
- 3 min de leitura
Pois é, parece que o turbilhão vem perdendo aquela força que carregava no seu começo e após alguns meses do término do meu relacionamento é chegado o momento em que eu me sinto obrigada a estar preparada para resolver algumas questões que foram engavetadas durante um bom tempo.
Foram engavetadas por motivos óbvios, afinal toda a dor, o transtorno, a angústia, o medo - e aquela avalanche de sentimentos que sentia - me paralisavam, me travavam e me impediam de tomar qualquer decisão ou atitude a não ser a de fugir ou me esconder.

Posso dizer com toda a certeza de que essa é uma das decisões mais complexas da minha vida: a da nossa divisão. São muitas as análises que tento inserir neste jogo - que já vai para o seu segundo tempo, e eu tento medir tudo da forma mais justa para ambos (maybe! nunca fico 100% em paz com as decisões que tomo).
Muitas coisas não podem ser colocadas no papel e ao lado de cada uma delas precificá-las, mas analiso tudo com muito carinho e procuro manter o foco sendo o mais racional possível. Mas, sou humana, e muitas vezes o emocional bate forte e aí que a coisa embola e me questiono: Pq eu tenho de resolver isto?!? Eu não quero!!!
E é exatamente esse "eu não quero!" que me acompanha há tempos e tira o meu sono. Mas sei que é chegada a hora de agir e reagir se preciso.
Para somar, junto a tudo isso, corre minha análise individual e finalmente eu consigo tratar um dos assuntos mais delicados e sensíveis da minha vida. É sobre acessar muito conteúdo que estava nas trevinhas e movimentar muitos campos escuros. Venho tentando fazer isso, domar o tal do meu Minotauro interno. Confesso que é muito difícil e um processo doloroso, porém necessário se eu quiser me libertar dessa amarra toda.
Com tudo isso eu preciso verbalizar e discorrer nesses dois assuntos, movimentando assim tudo o que me dói, e obviamente ambos envolvem muito conteúdo emocional.
Manas, há tempos eu não tinha problemas com a minha garganta e olha que eu sempre tive muita amidalite durante a vida, mas fazia tempos que nem me lembrava dela e foi da noite para o dia que eu fiquei ruim, a minha garganta simplesmente fechou e algo me dizia que ela estava querendo me sabotar, me travar e não me permitir seguir com tudo isso como se fosse uma forma de defesa.
Coincidentemente, ontem foi dia de terapia e eu sabia que tinha muito a desenvolver, afinal eu já havia puxado o primeiro fio do nó que eu queria desatar e eu sabia que não podia parar, este definitivamente não era o momento de desistir ou fraquejar.
Fato é que eu já estava quase desistindo de comparecer na sessão de ontem, por conta da dor e febre, mas logo penso: dane-se essa garganta sabotadora, eu vou SIM na terapia individual!
Assim, segui e fui. Falei e chorei, meditei sobre o que eu gostaria de ter falado e não falei e a primeira coisa que me veio à mente foi "ME DESCULPE TAMBÉM!"
Sei que ainda há muito a entender, aceitar e domar e sempre há um momento de início que para mim parece ser o mais difícil e desafiador, e eu sei que ainda me sabotarei para não seguir adiante, mas sei que eu devo ter perseverança, coragem e acima de tudo a tal da RESPONSABILIDADE que me falta.
Aproveito para desejar um lindo Carnaval a todas, com muita parcimônia, alegrias e festividades e responsabilidades, combinado?
Beijos.

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