COLUNA: Permita-se viver
- Tabata Pitol
- 12 de fev. de 2018
- 2 min de leitura
Atender um novo paciente é um desafio e minha missão é ouvi-lo com atenção e ajudá-lo a buscar um caminho que o faça se sentir melhor. E quantos olhinhos marejados acompanhados de uma profunda tristeza já sentaram na minha frente e me contaram sobre o fim de um relacionamento.
No final do relato, costumo dizer: “Sei que está sofrendo muito, vai enfrentar batalhas, mas vai passar. E se você se permitir e buscar o progresso, vai ficar melhor do que antes.” Na hora da tempestade é difícil acreditar que ela irá trazer bons ventos, por isso muitos pacientes me olham incrédulos, mas eu permaneço confiante porque sei que é exatamente isso que vai acontecer.

"Construir a sua rede de apoio é fundamental, busque e aceite ajuda. Você estará se reconstruindo também"
A separação nos tira da zona de conforto, finaliza uma história, altera os nossos planos e dói, dói bastante, mesmo nas que foram minuciosamente planejadas. E é justamente essa dor que nos deixará mais fortes. Isso é o que alguns teóricos denominam de crescimento pós traumático.
Mas esteja atento a uma coisa: o principal responsável pela melhora será você. Nós sempre podemos escolher entre focar na dor ou no que estamos aprendendo com ela.
Claro, a última escolha não te livrará do sofrimento, só que com ela você vai ter a certeza de que pode fazer alguma coisa positiva e que novos caminhos e oportunidades estão se abrindo. Uma análise da vida que tinha, da que está tendo e da que quer ter é importante para refletir no que precisa ser feito para alcançar o seu objetivo e proporcionará um lindo encontro com si mesmo e quem sabe até com a sua melhor versão.
Estamos falando de um processo, e cada processo tem o seu tempo e suas complicações, por isso devemos nos cercar de amor e amparo, não precisamos enfrentar isso sozinhos. Construir a sua rede de apoio é fundamental, busque e aceite ajuda. Você estará se reconstruindo também.
Quando estamos dentro de uma relação, costumamos colocar muita dedicação no outro e nós acabamos ficando em segundo plano, deixamos de fazer algumas coisas que gostávamos, nos afastamos de alguns amigos e familiares. Por isso eu usei a palavra construção, você pode se sentir só, mas a sua volta tem gente querendo ajudar, então cultive as que estão ao seu redor, reconquiste as que deixou lá atrás e te fazem falta e conquiste novas boas companhias.
Nos dias tristes e felizes estaremos aqui, para mostrar que dá para seguir o baile sim, que a vida continua e que você é capaz de montar uma belíssima nova história.
O relacionamento acabou, mas o coração continua pulsando e o mundo te espera para realizar os seus sonhos.
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