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FORAM FELIZES (PARA SEMPRE?)

  • Ademar Rodrigues
  • 20 de fev. de 2018
  • 3 min de leitura

(Leia ouvindo “Me Voy” – Julieta Venegas)

Sete da manhã, o alarme toca. Ainda meio sonolento tateio os dedos pela mesinha ao lado da cama a procura do celular. Viciado que sou já começo a dar uma olhada nas redes sociais e nas notícias do dia, quando me deparo com a seguinte informação: “Sense8 – Finale.” Como assim? Então é isso? Vão colocar um fim na série?

Levanto vou até a cozinha, ainda com o celular na mão, no Spotify coloco Julieta Venegas, e enquanto preparo meu café fico pensando sobre o assunto. Mas calma, Ademar. Não é o fim dos tempos. Afinal, você sobreviveu ao término de Friends, Charmed, Sex and the City, Barrados no Baile, Queer as Folk. Só Grey´s Anatomy pode durar tanto tempo, afinal medicina é um curso difícil. Séries acabam, livros chegam à última página. Filmes terminam e você não fica lá, sentado na sala do cinema se lamentando. Você se levanta, avalia se foi bom ou ruim e segue com a vida. Talvez por que saiba que essas coisas têm um fim.

Por qual motivo não aplicamos essa mesma regra quando se trata de relacionamentos? A resposta é simples. A culpa é dos contos de fada. Eles nos disseram: “E foram felizes para sempre!”. E nós acreditamos.

Alguns relacionamentos, uma hora ou outra vão chegar ao fim (calma, não estou rogando nenhuma praga). Eles podem durar anos, meses, dias ou até mesmo apenas um Carnaval. Fato é: se todos tivéssemos a lucidez para aceitar que aquela pessoa que está conosco hoje, pode não estar mais ao nosso lado amanhã, talvez aproveitaríamos mais e melhor os momentos juntos, sem ficar procurando o tal do pelo no ovo. Haveria mais entrega.

Veja bem, ninguém deve se envolver com outra pessoa estabelecendo prazo de validade. O que também não quer dizer que devemos ser rasos, já que tudo pode acabar de uma hora para outra. Não, não é isso. Ao contrário. O que estou dizendo é que precisamos estar preparados. Sabe aquela história da gente sempre ter um currículo pronto para o caso de ficarmos desempregados? É mais ou menos isso. A gente está num trabalho até que bacana, mas sabemos que não vamos nos aposentar ali. Então, damos o melhor para permanecer naquela vaga o quanto for possível.

Voltando aos relacionamentos ter essa consciência é duro, às vezes pode machucar. Causa uma insegurança enorme saber que é um fato que independe da gente. Mas podemos mudar isso transformando esse medo no combustível para renovar e demonstrar a nossa paixão, diariamente. Não é um exercício fácil. Confesso que eu mesmo ainda estou aprendendo. Porém, saber dessa possibilidade tem me ajudado a ser mais leve, a simplificar as coisas, a sempre procurar preservar o encantamento do início da relação. Quem assistiu “Antes do Amanhecer” sabe do que estou falando.

E quando acabar, e se acabar lembre-se que pessoas entram e saem das nossas vidas, como personagens de uma série. Alguns serão protagonistas, outros apenas coadjuvantes. O que importa é que todos terão um papel no desenvolvimento da sua história. E nunca se esqueça, o único elemento para sempre nesse roteiro é você. Por isso esteja pronto.

Tomo meu café, enquanto Julieta Venegas canta: “Que lástima pero adiós. Me despido de ti y me voy.” Então, penso: “A série foi ótima, que pena. Daqui um tempo deve aparecer alguma outra pela qual eu me interesse.”


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