Amor próprio #dica1: money!
- Rita Santander
- 28 de fev. de 2018
- 2 min de leitura
Quando me casei, eu ganhava 400 reais. O valor era fruto de um trabalho freelancer que eu me dedicava alguns dias da semana, o qual pagava o aluguel do nosso apartamento, e só! Todas as outras contas, incluindo as minhas pessoais, eram responsabilidade do meu ex marido.

Esse foi o acordo para que pudéssemos nos casar naquele momento, o que daria liberdade para construir nossa família. Recém-formada e com o mercado escasso, resolvi abandonar a profissão - para onde eu voltaria alguns anos depois -, e tentar outras alternativas para aumentar a renda da casa e me ocupar com algo só meu. Confesso que, com a estabilidade proporcionada pelo meu ex marido e a insistência dele para eu ficar em casa, a motivação não era das melhores, mas ter um trabalho e uma renda não eram somente uma forma de complementar o orçamento, mas garantiriam a minha independência financeira que, anos mais tarde, foi essencial para eu sair do casamento livre e com condições de recomeçar minha vida num apartamento só meu, pagando minhas contas e suprindo minhas necessidades de saúde, alimentação e lazer. Isso tudo foi importante, é fato, mas nada foi mais libertador que perceber que eu não dependia do meu ex marido nem financeira e nem emocionalmente. Do meu divórcio até hoje, várias coisas mudaram. Empreendi, tive funcionários, fui funcionária, voltei para minha área de formação e sempre fiz isso por mim, para manter minha mente atualizada, ter novidades para contar no final do dia e transpor desafios pessoais. Cuidar do meu trabalho e da minha vida financeira foi um dos poucos atos de amor-próprio praticados enquanto fui esposa, mas que mantive e desenvolvi com a separação. Foi esse ato que pernitiu, ainda durante o casamento, manter as contas em ordem quando a estabilidade do meu ex marido ficou comprometida e também, em momentos melhores, proporcionou o planejamento se viagens, jantares e passeios. Então, se eu puder dar uma dica a quem está começando a vida a dois, com ou sem filhos, com ou sem condições de um só manter a casa é: escolha sua independência. Por mais agradável que seja cuidar da casa, das crianças e do marido sem se preocupar com prazos e metas do trabalho, uma atividade profissional a qual você seja recompensada financeiramente garante o controle da sua própria vida e ainda mantem a gente útil, essencial e sempre com a sensação de dever cumprido. A jornada dupla casa/trabalho e às vezes a tripla casa/trabalho/filhos é cansativa, desgastante e, em alguns casos, solitária. Porém levanta a bandeira de que a gente pode sim, consegue sim e quer sim sermos donas do nosso próprio nariz. Eu sou prova disso e prova também de que seguir o baile dançando sozinha, é possível e prazeroso.

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