Manual prático para cortar gastos e manter uma vida feliz
- Evelin Bonfim
- 2 de mar. de 2018
- 3 min de leitura
Muitas e muitas das nossas "dificuldades" financeiras não são causadas pela insuficiência de recursos pura e simplesmente. Obviamente, se vivêssemos em uma realidade de recursos infinitos, nem estaríamos aqui falando sobre isso, né? Porém, dentro da realidade de recursos finitos, nossa incapacidade de desapegar, abrir mão e priorizar são causa de muitas dificuldades pelas quais passamos.
Não sei se você conseguiu fazer a reflexão que propus em nossa primeira conversa (se não, fica o convite para voltar lá clicando AQUI!). Se você fez, há grandes chances de já ter maior clareza quanto à sua REAL situação (que pode nem ser esse monstro que você imagina, mas também não está tão cor-de-rosa quanto você quer acreditar).
O fato de nossas contas "não fecharem" pode estar relacionado às COISAS QUE VOCÊ QUER MANTER.
Acostumamos facilmente a estilos de vida mais elevados. É fácil, né? Vamos sofisticando nossos gostos e acabamos acreditando que não há dignidade em nada que seja inferior àquele patamar. Só que diante de um "plano de contingência", um momento de reestruturação financeira, reorganização da vida a partir de outro patamar de renda (com a saída do salário do companheiro, por exemplo, após uma separação), são necessárias algumas mudanças, mesmo que temporárias.
E a verdade é: não dá para mudar alguma coisa se não mudarmos nada.
Ou seja, se você se debate, se contorce, mas no fim não quer abrir mão da faxineira, de compras mais sofisticadas, de alguns serviços dispensáveis, de jantares fora, de passeios caros, você está querendo mudar o seu saldo bancário, sem mudar nada na vida. Está querendo manter tudo o que você tem - e isso a manterá exatamente onde está: numa situação de conforto superficial, mas que está escondendo uma ansiedade, uma preocupação, ou mesmo um rombo financeiro que só vai aumentar.

É preciso ter coragem para abrir mão de coisas. Nossa reputação fica muito exposta quando recusamos um convite ou nos vemos forçadas a responder que não vamos viajar nas próximas férias.
Mas juro para você que as pessoas que eu vi tomando essa atitude - de cortar os desperdícios permanentemente, reduzir suas vidas a um estilo mais simples por um tempo, "pagar o preço" da reestruturação financeira não se arrependeram. Talvez você nunca volte ao status que tinha. Mas, em troca, você se sentirá mais livre e tranquila - o que, para muita gente, é o verdadeiro significado de riqueza!
E se engana quem estiver achando que esse texto é só para aquelas que estão passando por "dificuldades" financeiras. Não. Gastos com coisas que fazem pouca diferença na sua vida devem ser sempre cortados - para sobrar mais para outras coisas que valem mais a pena.
Se eu mal paro em casa, me recuso a pagar por TV por assinatura. Esses cento e poucos reais podem ser acrescidos à grana que invisto todo mês no meu fundo de aposentadoria! Os juros compostos ao longo dos anos me retribuirão por ter feito esse direcionamento mais inteligente aos meus recursos. Ou vou engordar o fundo da minha viagem do ano que vem.
Veja, eu não defendo a austeridade alemã no corte de gastos. Eu defendo que tenhamos uma visão crítica e questionadora em relação a tudo o que gastamos. Constantemente! "Eu preciso pagar tão caro nesse serviço?". Se fizer uma diferença enorme na sua vida, ok. Mas tem alguma outro aspecto a minha vida que é mais importante que esse e que está desassistido? Vale a pena substituir um pelo outro? Então, bora lá abrir mão de uma coisa menos importante por outra que gerará mais impacto positivo em todo o resto.
Aqui algumas sugestões de perguntas que você pode se fazer nesse ponto:
Porque eu pago esse valor por essa coisa?
Esse preço é justo, ou eu poderia pagar mais barato por isso?
Eu realmente uso? Eu realmente preciso? Se eu tirar isso da minha vida agora, vai ter impacto na minha qualidade de vida ou sanidade mental?
Tem alguma área da minha vida que é super importante e que está totalmente deixada de lado porque meus gastos com outras coisas que eu também gosto estão me impedindo de cuidar?
Você não está só querendo pertencer, ser incluída ou afirmar a sua personalidade através da compra deste item ou da contratação desse serviço?

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