MULHER SOZINHA NO BAR???? O MUNDO AINDA NÃO ESTÁ PREPARADO
- Chris Menezes
- 26 de abr. de 2018
- 3 min de leitura
Sou superadepta, defensora e estimuladora de que a mulher frequente bares, botecos, cafés e restaurantes sozinha. Mas antes de tudo, vamos definir SOZINHA. Quando digo sozinha é sem companhia nenhuma, ou seja, sem amiga, sem namorado, sem ninguém. É importante deixar isso bem claro, pois muita gente, inclusive mulheres, entende que duas mulheres juntas, porém sem uma companhia masculina, estão sozinhas. Não estão. Elas estão acompanhadas, uma pela outra. Sozinha é sozinha; acompanhada de outra mulher não é sozinha. Está claro?
Pois bem, desde muito novinha, não tenho o menor problema em chegar desacompanhada aos lugares. Sempre achei desafiador e divertido. E depois que fiz minha primeira viagem a trabalho sozinha (sem chefe, sem colega de trabalho, sem roomate), me senti ganhando o mundo. Tão boa a sensação de ser dona do seu tempo e espaço. Mesmo diante dos olhares chocados, nunca me abalei. Na verdade, eu dava uma risadinha por dentro. E lá se vão 21 anos...

Porém, pouco mais de 2 décadas depois, vejo que nada mudou a meu redor. As pessoas continuam se sentindo constrangidas ao ver uma mulher sozinha ocupando uma mesa, um lugar no balcão ou chegando numa festa desacompanhada. É um misto de olhar de pena (dispenso...) com aquela cara de “qual o problema dessa moça? ”. Acho lamentável, mas o problema é só delas. Eu me basto, não deixo de me divertir e curtir meu momento solitário. Que é, por opção, solitário mesmo. Dispenso machos se sentindo no dever de vir me xavecar, todo empoderado e assumindo a postura: “mulher, eu vou tirar você desse sofrimento”. Passa batido, por favor!!! Pode procurar outro canto para ciscar...
Outro dia, vi um comentário no post de um amigo no Facebook. O rapaz dizia “o último lugar do mundo onde você encontrará uma mulher é um boteco”. Não me contive e provoquei: “você anda frequentando os botecos errados”. E ele reponde “eu não frequento botecos”. Hahahahaha! Primeiramente, não sabe o que está perdendo. Segundamente, é esse tipo de mentalidade valida esse pensamento raso de que festa, restaurante e bar são lugares para ir somente acompanhada. Passo 2 vezes!!! (Em tempo: achei tão enjoativo o comentário do rapaz que apaguei o meu).
Costumo ser convidada para eventos de divulgação de marcas em restaurantes e bares com a presença de gente “descolada”. Todos modernos, com seus cabelos coloridos e diferentões. Pois, saibam que esses são os que mais torcem o nariz e fazem cara de ranço (Beijo, Rita Santander!!!) E o mais bizarro é que eles precisam estar sempre com alguém. Se, por acaso, chegam sozinhos, ficam do lado de fora, a uma distância segura da visão dos outros, aguardando um amigo ou conhecido para poderem adentrar no salão (meu Deus, que preguiça!!!) ou entram e catam logo alguém conhecido para se aglutinar. Só que esse estar acompanhado é, na verdade, num esquema de solidão a dois. Conversam pouco, ficando com a cara enfiada no celular, postando e fazendo stories. Tudo para mostrar como estão felizes e integrados no evento bombante. Aham, senta lá... enquanto isso, eu sigo sozinha degustando os petiscos, pratos, vinhos e drinks e, eventualmente, trocando uma ideia com alguém que realmente tenha algo de interessante a dizer. Do contrário, peço licença e sigo sozinha. E te garanto, sendo muito mais feliz.
E é justamente por saber que um olhar julgador ou falta de companhia nunca estragarão a minha vibe, que eu sigo superadepta, defensora e estimuladora de que mulheres frequentem bares, botecos, cafés e restaurantes sozinhas.

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