A dor de perder um amor...
- Tabata Pitol
- 21 de mai. de 2018
- 3 min de leitura
Eu tinha dito que hoje escreveria sobre coisas que me ajudaram a ficar bem. Mas eu também tinha dito que a vida nos surpreende e muda seu curso sem dar pistas, não foi? Pois isso aconteceu de novo e, na manhã de hoje, a Kaluah, filha-dog da Rita, foi aumentar a população do céu dos dogs. ;(
Conheço exatamente a dor que ela está sentindo. Em 2015 eu passei por essa dor também e foi foda. Muito foda. Estava neste momento falando com ela, ela me dizendo que a certeza de ter feito o melhor para a doguinha vai confortá-la nos próximos dias.
Respondi dizendo que ela sabe como é esse luto - há 12 anos outra doguinha dela morreu - e portanto sabe que vai ser uma dor que vai durar muito tempo...No entanto, sabe também, que como elas viveram um amor puro, o luto ser mais suave.

Isso me fez pensar nos diferentes lutos que enfrentamos. Ninguém descorda que o divórcio é um luto: um luto pq vemos o casamento morrer, vemos o outro sair da nossa vida e vemos uma versão de nós mesmas chegar ao fim.
Tentei então por alguns segundos entender porque o luto do meu Théo, meu doguinho que foi para o céu dos dogs após um câncer devastador no fígado, foi tão demorado, mas menos sofrido que o luto pelo ex.
Quando recebi a notícia, em ambos os casos, a dor foi terrível. Eu não tenho como descrever. Foi visceral. Eu gritei, eu solucei e eu chorei convulsivamente em posição fetal em ambos os casos. Medicação controlada e terapia me ajudaram em ambas as situações.
Mas com o Théo foi amor. Puro, recíproco. Uso aqui uma frase da Rita: "Não tem raiva, não tem mágoa e não tem nada de ruim. Não ter ela mais comigo não vai mudar em nada o que foi bom, o que tivemos". É isso. O Théo para mim é amor. O pouco tempo que compartilhamos a vida foi lindo. E nada muda isso.
Já com o ex...não quero arranjar aqui briga com quem diz: temos que considerar que deu certo enquanto durou, enquanto houve felicidade. Eu não nego que fui feliz com o ex, mas o desrespeito com que ele me tratou no final, fez com que os momentos felizes ganhassem um gosto amargo, um certo nojinho ou ranço, não sei ao certo.
A dor que senti quando perdi o Théo durou muito tempo, muito. Mas não me paralisou. Em uma semana estava de volta ao trabalho, colocando fotos dele no porta-retrato junto a São Francisco de Assis.
A dor que senti ao terminar com o ex me paralisou, me fez perder as forças, o eixo, o equilíbrio. Não era medo de não conseguir viver sem ele - eu sempre soube que não precisava dele para nada - mas era o choque de ver que aquilo não era amor. Que todo o caráter, honestidade e respeito que eu tanto admirava naquele cara não estavam lá. É horrível quando você se questiona se tudo aquilo que você amava realmente existia ou foi invenção da sua cabeça.
Essa dor durou menos. Com 6 meses ela já tinha ido embora. Mas foi dura, amarga, deixou um gosto ruim na boca e uma sensação de desprezo na alma.
Fato é que as relações sempre chegam ao fim. Acho que o gosto e a sensação que elas deixam em nós é que definem a qualidade do amor...ou não, sei lá...hahahaha Kaluah não deixa o Théo arrancar seus bigodes, heim?

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