Quem escolhe seus caminhos?
- Tabata Pitol
- 30 de mai. de 2018
- 4 min de leitura
Sempre quando sento para escrever um texto para o blog ou para pensar em uma pauta para o canal, a pergunta que me vem à cabeça é: o que de fato pode ajudar quem está tendo contato com esse conteúdo ?
Quando me dei conta que, após um ano de separação, eu era uma pessoa completamente recuperada de tudo que passei, muito mais leve do que eu era antes e me sentia realmente feliz, pensei que precisava compartilhar isso com vocês.

Primeiro queria deixar claro uma coisa: quando digo completamente recuperada, não estou dizendo que esqueci tudo ou que tudo que passei não me chateia. Chateia sim, claro que chateia. Assim como me chateia minha Lily ter morrido quando eu tinha 7 anos, me chateia quando lembro que beijei um menino de quem eu gostava muito e ele espalhou para a escola que tinha passado a mão no meu bumbum - e não tinha - e quando fui acusada de não ter sido colaborativa com os colegas de trabalho,sendo que eles não ouviram a reunião em que estive minutos antes, quando coloquei meu cargo à disposição para ser oferecido a uma colega que seria demitida e eu sabia que precisava mais daquela vaga do que eu.
As injustiças que sofri me doem. As traições que sofri doem. Amigos que se foram, mal entendidos que nunca resolveram...acho que todo mundo carrega dentro de si situações que doem, incomodam e machucam.
O fim do meu casamento sempre será lembrado com um pouquinhio de dor e um tantão de magoa. Não vai dar para esquecer o quanto foi sofrido ser machucada e desrespeitada por quem eu tanto amei, nunca machuquei e nem nunca desrespeitei.
Mas passou. Ficou lá atrás em 2017. E hoje é apenas uma lembrança ruim. Não me incomoda mais. Não me impede. Não me paralisa. Não me faz chorar. Não me faz titubear. Não me faz desistir de nada, nem ter medo, nem mudar quem eu sou. Nao me faz lamentar. Não me deixa mais a sensação de perda. Pelo contrário!
Hoje vejo que tudo isso me motivou. Me fez perder o medo. Me fez confiar mais em mim. Me fez arriscar e dar certo. Me fez voltar a sonhar. Me fez jogar fora roupas em que eu não cabia mais (literalmente e metaforicamente).
Me fez descobrir o quanto sou completa, o quanto me amo e o quanto sou capaz. E me fez descobrir uma felicidade nas pequenas coisas, algo que não existia mais em meio a grandes tvs, carrões e sobrenomes trocados pelos nomes de grandes empresas. Foi preciso sair dali para conseguir encontrar o “ser” que eu tanto buscava, mas que há um tempo perdia espaço grandão para o “ter”.
Mas chegar a esse ponto não foi simples, nem fácil e muito menos indolor. Vocês bem sabem disso. E, olhando para trás, vejo que várias coisas foram fundamentais para chegar onde estou hoje. Quero falar de cada uma delas com vocês aqui, mas quero começar pela coisa que foi a mais decisiva. A que mais impactou. Aquela que, sem ela, eu tenho certeza que não estaria aqui. Ela se chama: tomar as rédeas da minha vida.
Me dói constatar que, em pleno 2018, quando o assunto é relacionamento, a gente ainda deixa grande parte das decisões nas mãos do cara. Sim, sou feminista, sempre falei para os boys que me interessavam que eu estava afim deles, mas pensa, a gente espera o cara nos pedir em casamento, não é? Pelo menos na maioria das vezes. A gente espera o cara vim falar com a gente na balada, ou mandar o primeiro oi no app. Muitas de nós ficam em um relacionamento ruim até o cara pisar frio na bola. Muitas de nós pede para o cara sair de casa, mas se ele não sai, não toma nenhuma decisão mais efetiva... simplesmente vai convivendo com aquilo.
Eu também deixei o vento me levar por um tempo. Quando ele me pediu para voltar, eu deixei. Depois que descobri a traição, por 15 dias, minha vida se tornou uma grande tentativa de me adaptar aquilo, de engolir todos os sapos para fazer o que ele queria voltarmos a ficar juntos como éramos há 10 anos.
Foi só quando eu olhei para mim, quando eu decidi o que EU queria, que eu comecei a melhorar. Foi só quando me dei conta de que eu não queria mais aquele casamento, que agora estava marcado pela magoa, a falta de respeito e pela desconfiança, que eu pude enxergar uma luz no fim do tunel.
Até aquele dia eu só chorava, sofrendo pelo que havia acontecido comigo. A partir daquele dia, eu pensei: ok, acabou, eu não quero um casamento assim, está doendo, vai doer, mas agora tenho que descobrir o que vai me tirar do buraco.
Uma amiga que amo muito me disse que se deixar levar pelo vento também é uma decisão. Eu super concordo. Mas nesse caso, é você quem tem que decidir que o caminho será pela felicidade. Eu defini esse roteiro para a minha vida, e posso te dizer que cheguei lá. ;)
O que levei para me ajudar pelo tortuoso caminho eu conto nos próximos posts tá?
E você? Quem é que está definindo o rumo da sua vida?

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