Dia de faxina

Após algumas semanas de ausência por aqui, estou de volta. Precisava desse tempo para organizar algumas coisas. Projetos de trabalho e prazos que precisavam ser cumpridos, e tentar cuidar da vida pessoal. Claro, que esse último item não cumpri 100%, mas estou no processo. O bom é que esse curto período, me ajudou a enxergar o quanto gastamos energia e horas com coisas e pessoas que nada nos agregam.

Passamos tempo demais nas redes sociais, em grupos de mensagens e tentando chamar a atenção de quem não merece nem cinco minutos do nosso precioso dia. Enquanto isso, o que realmente importa, que é o nosso bem-estar acaba sendo colocado em segundo plano.

Dê uma olhada ao seu redor. Tente calcular o quanto tem gastado com coisas ou em relações que não estão te trazendo nada de positivo. Use esse mesmo cálculo para saber o quanto tem investido em você, nas coisas que gosta de fazer, com pessoas que realmente são importantes para ti.

Veja, não estou pedindo para você sair cortando tudo de uma vez, ou sair dando unfollow por aí. Nem deletar o Facebook ou Instagram, ou dar adeus aos grupos de mensagens (claro, que até tem alguns que realmente gostaríamos de clicar em “sair do grupo”). Mas quando foi a última vez que fez algo para você, ou convidou seu melhor amigo para te fazer uma visita, em casa, sem ser num boteco qualquer?

O que estou dizendo é que é preciso ter essa percepção e iniciar, de forma bem racional, uma faxina minuciosa, para conseguir restabelecer o mínimo de equilíbrio emocional. E, você nem vai precisar recorrer ao Santa Ajuda.

Imagine três baldes: vermelho, amarelo e um verde. Em cada um deles você vai depositar coisas e pessoas. O que for para o vermelho, lime imediatamente da sua vida.

Ressentimentos, mágoas, arrependimentos, preconceitos e determinadas convenções, que não te representam. Essas coisas ocupam espaço demais em nossas vidas.

Outra dica: sabe aquele tipo de “amigo”, que só te procura para falar dos problemas dele, mas quando você está com alguma dificuldade ele nunca está lá para te ouvir?

Não preciso nem dizer onde ele deve ficar. Por fim, reserve um bom espaço para aquela relação desgastada, seja um namoro, um casamento, um crush, não importa. Se está te fazendo mal, não está te dando o valor e atenção que você merece, mire e arremesse essa pessoa para o fundo do balde vermelho. Ah, não esqueça de lacrar. Na maioria das vezes, esses embustes costumam querer ressurgir das águas. Outra coisa: não tente ser politicamente correto. Nada que for parar nesse balde é reciclável ou retornável. Ok?

O amarelo, imagine que ele seja um tipo de probatório. Nele vai ficar o que ainda merece crédito (mas use esse balde com moderação, por favor). E, claro, no verde deve ficar tudo aquilo que te faz bem, e todos aqueles que te valorizam e realmente importam para você.

Falando assim parece fácil. Mas eu sei que não é. Somos muito apegados, e nos sabotamos a todo momento. Mas o bom em dar essa geral na vida é que pode te dar um panorama de como está se cuidando, quanto tempo realmente está sobrando para você ser feliz. Eu fiz esse exercício, no final quase tive que pintar de vermelho, uma caixa d’água de 1.000 litros.

Abra espaço em sua vida. Novas perspectivas, novas oportunidades aparecerão.